Maior desfile de moda Plus Size do Brasil anuncia sua edição verão 2016 revelando a beleza de modelos negras em editorial
A cada edição, a equipe do Fashion Weekend Plus Size (FWPS), maior desfile e salão de negócios Plus Size do Brasil, convida algumas de suas modelos e escolhe um tema diferente para divulgar o evento.
Para anunciar o “FWPS Verão 2016”, que acontece no dia 25 de julho, no Centro de Convenções Frei Caneca, Renata Poskus, diretora do evento e autora do Blog Mulherão (http://www.blogmulherao.com.br), convidou cinco modelos negras. “Percebemos que vencemos uma primeira batalha, que era a de incluir nosso evento de tamanhos maiores no calendário da moda. Agora temos que quebrar outros paradigmas, como o da etnia. As minhas leitoras Plus Size negras me pediam isso, que queriam se sentir mais representadas”.
O tema escolhido para as fotos foi a Moulage, técnica na qual tecidos são amarrados ao corpo como se fossem vestidos. “Minha ideia foi expressar a leveza, beleza e feminilidade dessas mulheres, com a alegria e a energia das cores do verão”, acrescenta Renata. Para complementar, foram utilizados acessórios da Luxe Mode&Acessories, uma das marcas expositoras do FWPS. “Criei uma coleção especial para esta edição, com maxicolares, pulseiras, maxibrincos e braceletes que valorizam a silhueta Plus Size, evidenciando seus atributos”, afirma Leila Maiante, designer da marca, que há quatro edições participa do evento.
As marcas já confirmadas para a 12ª edição do Fashion Weekend Plus Size são: Arthur Caliman, Attribute Jeans, ChicaBolacha, Dama de Seda Lingerie, Ênfase, Luxe Mode&Accessories, Marialícia, Marguerite/Posthaus, Vislumbre Moda íntima e Xica Vaidosa.
Conheça as modelos escolhidas para o editorial “FWPS verão 2016”:
Thamires Faria, 22 anos, Executiva de Contas
1,73m e 106 Kg
Em 2014, a paulistana Thamires estava muito triste, com a autoestima em baixa, tentando emagrecer de todas as formas, sem sucesso. Foi quando um amigo a avisou sobre o casting do FWPS, despertando novos sonhos. Ela foi uma das três modelos aprovadas, entre mais de 300 candidatas. “Por um momento, quase desisti, mas me arrumei e fui à seleção. Fiz um book fotográfico produzido pela Renata Poskus. Adorei a experiência, me senti linda e viva novamente e foi assim que resolvi que queria ser modelo Plus Size”, afirma. Esta é a segunda participação da modelo no desfile, desta vez como um dos destaques da 12ª edição. “Além da importância profissional, integrar a foto de divulgação do FWPS é uma forma de reforçar a minha raça. Escuto diversas vezes que eu não sou negra e isso me frusta, pois no meu corpo corre sangue de escravos e eu tenho muito orgulho disso”.
Rita Carreira, 21 anos, modelo Plus Size
1,80m e 95 Kg
Rita Carreira tinha apenas 16 anos quando foi descoberta por Renata Poskus nos bastidores do Fashion Weekend Plus Size. “Trabalhei como assistente de produção na 1ª edição do desfile. Renata me perguntou se eu gostaria de ser modelo Plus Size. Eu nunca tinha imaginado, mas participei da 2ª edição e nunca mais parei”, relembra a modelo. Rita é uma das poucas modelos Plus Size que vive exclusivamente da profissão. Embora seja uma das mais requisitadas do FWPS, percebe que ainda existe certo receio dos contratantes em colocar uma modelo Plus Size negra representando sua marca em catálogos. “Desde que entrei para o mercado, sabia que iria passar por isso, mas não foi o fim da luta para mim. Segui, trabalhei e conquistei o meu espaço. Espero que daqui para a frente vejamos mais modelos negras surgindo e trabalhando”, diz Rita, que é a garota propaganda da marca de lingeries Vislumbre, que integra o line-up do Fashion Weekend Plus Size e fez uma coleção inspirada na diva Donna Summer.
Dayana Toledo, 24 anos, estudante de engenharia
1,72m e 78 Kg
A estudante de engenharia civil de Sorocaba-SP candidatou-se ao casting do FWPS em 2013, incentivada por sua irmã caçula. “Eu não acreditava que poderia ser modelo, especialmente pelo fato de ser mais curvilínea em um cenário onde apenas conhecia modelos fashion, bem magrinhas”, afirma Dayana, que desfila há quatro edições no Fashion Weekend Plus Size. Seu grande sonho sempre foi estrelar a foto de divulgação do evento, que é distribuída à imprensa e que estampa um painel com mais de 5 metros de largura na entrada do evento. “Achei que isso só aconteceria em um futuro distante. Enganei-me, mas foi um engano bom”, comemora. Ela percebe que a participação de modelos negras ainda é muito pequena no mercado Plus Size: “Em muitos casos, somos chamadas apenas quando a temática do editorial é voltada à África, ou parte de uma participação especial; mas vejo também que, aos poucos, esse cenário vem se transformando, melhorando e abrindo mais espaço para nós”, comemora.
Rosana Barros, 33 anos, agente penitenciária
1,77m e 93 Kg
Foi assistindo um desfile Plus Size em um programa de TV, que a agente penitenciária Rosana Barros viu que era possível transformar em realidade o seu sonho de menina de se tornar modelo. “Ver aquelas mulheres plussize, lindíssimas, repletas de autoestima, me chamou muita atenção”. Ela se inscreveu no concurso de Miss São Paulo Plus Size, conquistando o segundo lugar. No júri estava Renata Poskus, diretora do Fashion Weekend Plus Size, que prontamente a convidou para integrar o time de modelos do evento. Ela integrará pela primeira vez do FWPS.
Silvia Neves, 41 anos, modelo Plus Size e cantora lírica
1,75m e 85 Kg
Silvia Neves é a top model mais requisita do Fashion Weekend Plus Size, atuando desde a sua primeira edição. “Comecei minha carreira no ano de 2009, após participar do projeto “Dia de Modelo” promovido pela jornalista Renata Poskus, autora do Blog Mulherão e idealizadora do FWPS. Sempre quis ser modelo, mas nunca passei pela barreira da fita métrica ou das medidas exatas exigidas nas agências para uma modelo fashion. Ao ver a entrevista de uma famosa modelo Plus Size em um programa de TV comecei a procurar mais sobre o segmento Plus, cheguei até o projeto da Renata e não parei mais”, afirma.
Ela declara que, quando começou a carreira, enfrentou muitas barreiras porque era a única efetivamente negra em um mercado de uma grande maioria de modelos brancas e loiras. “Ainda vejo preconceito velado no nosso mercado, além de grifes que nunca colocaram negras em suas campanhas, ver as exigências de características ‘europeias’ para as negras, como nariz mais ‘fino’ ou cabelos alisados ou o ‘embranquecimento’ pelo photoshop. Acredito que temos muita diversidade no Brasil e cabe também a nós nos impormos para conquistar esse mercado que não pode ser restrito a apenas um estereótipo”, afirma a top.