O mercado de desenvolvimento de softwares mudou muito ao longo dos anos. Antigamente, atender à necessidade do cliente era o único norte para a equipe de desenvolvimento. Hoje não é bem assim. O foco que a qualidade ganhou se tornou sinônimo do próprio atendimento à necessidade.
Qualidade e, acima de tudo, a garantia da mesma, são a própria satisfação do cliente. O atendimento à necessidade só se dá através do processo como um todo, e isso já não é um valor de competitividade, é um valor base no atendimento.
No passado, várias soluções poderiam atender as necessidades de um cliente. Atualmente, o padrão de qualidade determina alguns requisitos mínimos que limitam esse número. Não é que o diferencial morreu, mas ele simplesmente parte de um ponto mais elevado que o zero. A base já garante o básico eficiente. O diferencial deve vir depois disso.
Mas porque isso ocorreu? Bem, o mercado mudou. A competitividade aumentou, e acima de tudo, o consumidor ganhou papel de protagonista das relações comerciais, o que determina o modo que o mercado funciona como um todo. Não podia ser diferente na indústria de softwares.
Os softwares de todos os tipos têm papéis de extrema importância nas empresas. Muitas vezes eles determinam o funcionamento cotidiano, às vezes representam a segurança e base de legalidade, como no caso de arquivamento de dados fiscais, por exemplo.
O consumidor não pode se dar ao luxo de receber uma caixinha de surpresas que não obedeça a um padrão, e que coloque sua empresa em risco. É por isso que o padrão de qualidade é importante, e é por isso que existe a certificação. Isso facilita o suporte, a escalabilidade e a acessibilidade.
Há uma série de certificações no mercado, criadas como compiladoras de boas práticas de organizações de referência. A maioria dos modelos não é prescritiva, ou seja, não diz a forma como os processos devem ser implementados, e sim o que eles devem evidenciar e controlar. Entre os mais conhecidos estão o CMMI, o MPBS-BR e o ABNT NBR ISO/IEC 29110-4:2012.
O CMMI, que é uma das certificações mais conhecidas, criada nos EUA e mantida pelo Instituto SEI (Universidade Carnegie Melon), tem duas formas de certificação e ambas são divididas em cinco níveis e 22 áreas de processos. O MPBS-BR, que é um modelo brasileiro criado com base no CMMI, e é adaptado à micro e pequenas empresas, possui uma escala maior de níveis (sete), permitindo assim que as empresas evoluam de forma mais gradativa na certificação.
Já o ABNT NBR ISO/IEC 29110-4:2012, que é o menos conhecido dos três, tendo sido criado para um nicho bastante específico: micro empresas, de até 25 pessoas envolvidas no desenvolvimento de software. O modelo é bem menor que os anteriores e foca áreas bastante específicas, como gerenciamento de projetos com o objetivo de fornecer software de acordo com os requisitos do cliente, atendendo às suas necessidades, no prazo definido e com o custo acordado.
Essas certificações garantem que o software possui qualidade, padronização, e dá ao consumidor a liberdade de escolher pelos reais diferenciais, além de não se prender a uma empresa por suporte. Fique atento na hora de buscar um software novo, seja ele para que área da sua empresa for. Qualidade é o básico exigido, não o diferencial.
Fonte: VARITUS Brasil