Crítica do filme Assassinato no Expresso do Oriente

O Assassinato no Expresso do Oriente vem com tudo: bons atores e uma trama de dar o que pensar. Mas claro, baseado no livro da Rainha do Crime, não tem como esperar menos.

O filme Assassinato no Expresso do Oriente é baseado no livro de mesmo nome de Agatha Christie. Escritora britânica conhecida como A Rainha do Crime, escreveu diversos best-sellers referência no mundo todo até hoje.

Uma enorme responsabilidade transformar esse clássico em filme, afinal, é um dos livros mais conhecidos da autora. Mas também a Fox Film foi bem ambiciosa neste projeto e chamou um elenco de peso para estar a altura. E isso rendeu bons frutos?!

A ideia é abrir uma franquia de filmes do famoso detetive Hercule Poirot, já que este filme foi bem de bilheteria. Com um jeito peculiar e seu lustroso bigode, Poirot é belga e cheio de manias. No filme ele foi “colocado no padrão de beleza”, deixando-o mais esbelto. A promessa é que com o sucesso deste, Assassinato no Nilo será o próximo.

Acredito que o próprio título do filme já diz sobre a trama. Uma viagem de trem, no famoso Expresso do Oriente, que cruza a Europa. Em um determinado ponto, o trem teve que parar (no filme ele foi descarrilhado em uma tempestade) no meio do nada. E neste momento aconteceu um assassinato.

Vou tentar me ater somente ao filme agora, ok?
O filme é dinâmico. Começamos conhecendo Hercule Poirot no desfecho de um caso, antes de tomar o trem. Somos apresentados ao detetive, e ao amigo dele que é responsável pelo Expresso do Oriente e o convite a embarcar na viagem.

Os personagens por si só são relativamente bem trabalhados. Conseguimos acompanhar uma lógica, e não nos perder. O que é meio complicado por conta de 12 “personagens principais”. Mas acho que esse problema foi bem solucionado no filme. Ponto positivíssimo!

Os personagens são apresentados aos poucos, e sempre dentro do contexto do “estamos todos presos em um trem”. As cenas de ação foram quase boas, teve uma que achei um tanto quanto forçada. Porém, dá para passar.

Agora vamos alguns paralelos com o livro (que não tem como fugir)
Houve redução de personagens. O que pegou aqui foi que no livro um personagem que ajuda Poirot na investigação, no filme também é um suspeito. Como pode?!

O Poirot. Acredito que a atuação do cara foi boa, mas me desculpem, aquele não é o autêntico Poirot dos livros. Ele foi muito “hollywoodizado” e “sherlockianoado”. Hercule Poirot é baixinho, extremamente extravagante, não é nada modesto e está sempre se gabando da forma como usa as suas células cinzentas (o cérebro). O que eles acertaram no filme é que ele é elegante e impecável. 

Outros personagens também usaram o “raio hollywoodinizador”. Afinal, imagina que Michelle Pfeiffer, Daisy Ridley, Penélope Cruz e Tom Bateman iriam ser transformados em personagens velhos, chatos e irritantes? Nunca!

O filme, apesar da fotografia incrível, não passa justamente uma das sensações mais importantes do livro: a claustrofobia. Eles estão presos em um trem, na neve, sem poder sair e junto com um assassino.

——— Um pequeno SPOILER aqui ————–
Eu sei que o filme tem que cativar para ter mais. Porém, a cartada final foi desnecessária ao meu ver. Poirot, quando descobre quem é o real assassino, passa por uma crise de “certo ou errado” no filme. Como assim?! Isso não é Hercule Poirot!

Para mim não mostrou empatia nenhuma essa “jogada para aproximar o público”. Só me fez pensar “como um personagem tão fraco pode ser um detetive tão poderoso?” Pra mim, isso não fez o menor sentido.
——- Fim do SPOILER —————————-

Acredito que entre os erros e acertos, o filme agradou bem. Sempre fui fascinada por Agatha Christie e li este livro quando eu tinha uns 13 ou 14 anos.

Pra mim, o maior pecado de todos, é esquecem quem é Agatha Christie. Ela é considerada a Rainha do Crime por algum motivo. Todos seus livros tem um humor discreto e uma sagacidade maravilhosa. E não precisa de perseguições e lutas para isso.

Claro que para um filme, sei muito bem que deve ter ação para tornar interessante. Mas existe como trabalhar a ação de uma forma mais sofisticada.

Mas isso eu penso por ser MUITO fã da escritora. Tentando me distanciar totalmente disso, eu assisti o filme e gostei. Tudo foi muito bem trabalhado, os atores, a direção, a fotografia, as cenas, e o trem. O filme realmente prende, e não seria justo não dar uma boa nota para tudo isso.

Assassinato no Expresso do Oriente é um filme bom. Vale a pena assistir. Vale a pena se divertir com o detetive mais “humilde” (sqn), Hercule Poirot, um belga inteligentíssimo que também vai te cativar.

Assassinato no Expresso do Oriente
Duração: 1h e 54min
Direção: Kenneth Branagh
Elenco: Kenneth Branagh, Johnny Depp, Daisy Ridley, Michelle Pfeiffer, Judi Dench, Penélope Cruz, Josh Gad, Leslie Odom Jr., Willem Dafoe, Derek Jacobi, Lucy Boynton, Olivia Colman, Tom Bateman, Sergei Polunin, Manuel García-Rulfo e Miranda Raison
Nota: 4,2/5 (pelo motivo do Spoiler, hehehehe)

E agora todo final de filme nós gravamos uma mini criticazinha de menos de 5 minutos ainda no cinema!
Confira o do Assassinato do Expresso do Oriente e se inscreva para ver os próximos! Já teve inclusive Star Wars as 3 da manhã!!!!

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