Sobre a peça de teatro Histeria

A peça de teatro Histeria é dirigida (e traduzida) por Jô Soares e é uma adaptação da comêdia de mesmo nome do autor britânico Terry Johnson. Foi aclamado na Europa, e aqui no Brasil faz sucesso pela sua sagacidade.

Histeria mistura realidade com fantasia. A premissa é o famoso encontro entre o psicanalista Freud e o pintor Salvador Dali. A peça é ambientada em uma Londres de 1938. Sigmund Freud esta enfrentando um câncer na mandibula e pensando em se aposentar. Então, a pedido de um amigo, decide receber o famoso pintor espanhol Dali. Mas as coisas começam a dar errado quando uma moça aparece no meio da chuva implorando uma consulta.

Comédia com pitadas ácidas, a trama se desenvolve falando sobre feminismo, depressão e a perseguição nazista aos judeus. Tudo com muito bom gosto e algumas doses de exagero. Um Dali cheio de hiperboles, uma jovem nada recatada, um Freud mais humilde e um médico esperto são os personagens que levam Histeria ao sucesso.

Eu ri, me angustiei e ainda vibrei com algumas situações apresentadas. Ou seja, uma comédia inteligente e cheia de nuances. Horas voltado ao psicológico com trechos surreais. A veracidade misturada com a ficção no tom certo. Adoro sair do teatro com ideias e pensamentos a mil.

Sobre a produção:
Durante o episódio retratado na peça, as certezas de Freud são questionadas por duas outras personagens, enquanto a obra de Dali é satirizada numa visão auto parodiada dele próprio. Entre diálogos inteligentes, situações farsescas, ritmo frenético e até alucinações, surge uma das “encruzilhadas” do texto: retirar a essência do mito é minar o fundamento da fé?

Utilizando a linguagem do humor, onde a comunicação é privilegiada para que o público possa mergulhar em temáticas complexas e não cotidianas, o autor coloca “respiros dramatúrgicos” para que reflexões mais profundas possam ser feitas. Artimanha usada para em seguida arremessar a plateia em mais uma vertiginosa sequência de situações hilariantes e de apelo popular. Uma grande demonstração da elaborada carpintaria teatral de Terry Johnson.

Texto: Terry Johnson
Tradução e direção: Jô Soares
Produção: Rodrigo Velloni
Diretor assistente: Mauricio Guilherme
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Chris Aizner e Nilton Aizner
Figurino: Fábio Namatame
Música Original: Ricardo Severo
Videografismo e Mapping: André Grynwask e Pri Argoud
Fotografia: Priscila Prade
Direção de Arte Gráfica: Giovani Tozi
Produção Executiva: Adriana Souza e Barbara Dib
Assistente de produção: Daise Sena e Bruno Gonçalves
Administração financeira: Vanessa Velloni
Duração: 105 minutos
Classificação Etária: 14 anos

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